sexta-feira, 4 de maio de 2012

A "unidade" impossível da "Esquerda" portuguesa

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     Ao contrário daquilo em que ainda acredita o Prof. Dr. André Freire, eminente "cientista social e político", a "Esquerda" portuguesa é coisa que não existe. Se calhar, nem nunca existiu... Sintoma claro disso é que até já um famoso "blogueiro" do ideológico «5 Dias» foi contratado, com sucesso, para integrar o "bunker" do Relvas (assim como, por exemplo, os ex-combativos "sindicaleiros da educassão" estarão agora discretamente amancebados em algum local, muito "próximo do Crato"...).


      Em consequência, parece-me que continuar a perspectivar cenários grandiosos de "unidade da Esquerda", tipo "frente popular", com uma grande "abrangência social" e aglutinando, programáticamente, sectores político-
-ideológicos inconciliáveis, como são o PS e os Partidos ditos à sua Esquerda, não passa de uma ilusão pueril, que embala os sonhos angélicos de alguns "académicos sociais", instalados em idílicas torres de marfim, algures lá muito acima das nuvens...


       Isto porque a estratégia dos aparelhos e das cúpulas do PCP e do BE, está mais que visto, não passará nunca pela unidade com aqueles que defendem, convicta e consequentemente, a Democracia e o Estado Social!



           Passa antes por um férreo "Pacto de Não Agressão" (do tipo Ribbentrop-Molotov...), numa autêntica "cooperação estratégica" (esta sim) com a Direita, para tentar destruír de vez o PS, primeiro, e a seguir então o... Capitalismo (sim, sim, é uma boa anedota, esta extrema-"esquerda" que temos...)!

     E se necessário fosse, a prova da impossibilidade de uma tal ocorrência em Portugal (como parece que também na Grécia...), está no insucesso clamoroso dessa "malformação congénita" grotesca em que, políticamente, redundou a equivocada candidatura de Manuel Alegre à Presidência, "apoiada" em simultâneo pelo PS e pelo BE! E se foi assim numa candidatura uni-pessoal, imagine-se um dia num Executivo, com vários Ministros do PS a conviverem com outros do BE e do PCP...


      Quanto à evolução da situação política atual, ao contrário do que vaticina muito "paineleiro" televisivo, parece-me que, mais do que provávelmente, serão os próprios votantes do PSD que, um dia, acabarão por explodir na tromba do atual "governo"! Só não se sabe ainda bem é o quando e o como...

       Mas que tudo terá forçosamente que passar pela renúncia de Cavaco, fomentador-mor do bloqueio partidário em que nos encontramos, e sobretudo por um Governo de Salvação Nacional, liderado talvez por alguém como Rui Rio, com base na A. R. atual, integrando os três Partidos (ou pelo menos os dois maiores) que subscreveram o "Memorando de Entendimento" e que dure, de preferência, até ao final do período de assistência internacional - tenha lá ele a duração que tiver... -, sobre isso já não tenho grandes dúvidas.

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