quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Excelente Artigo, mas AGORA É TARDE


Pedro Santos Guerreiro
(in «Jornal de Negócios»)

O Governo estragou tudo. Tudo. Estragou a estabilidade política, a paz social, estragou aquilo que entre a revolta e o pasmo agregava o país: o sentido de que tínhamos de sair disto juntos. Sairemos disto separados? Hoje não é dia de escrever com penas, é dia de escrever de soqueira.

Passos Coelho, Gaspar e Borges estiveram fechados em salas tempo de mais. Esqueceram-se que cá fora há pessoas. Pessoas de verdade, de carne, osso, pessoas com dúvidas, dívidas, família, pessoas com expectativas, esperanças, pessoas com futuro, pessoas com decência. Pessoas que cumpriram. Este Governo prometeu falar sempre verdade. Mas para falar verdade é preciso conhecer a verdade. A verdade destas pessoas. Quando o primeiro-ministro pedir agora para irmos à luta, quem correrá às trincheiras?

Não é a derrapagem do défice que mata a união que faz deste um território, um país. É a cegueira das medidas para corrigi-lo. É a indignidade. O desdém. A insensibilidade. Será que não percebem que o pacote de austeridade agora anunciado mata algo mais que a economia, que as finanças, que os mercados - mata a força para levantar, estudar, trabalhar, pagar impostos, para constituir uma sociedade?

O Governo falhou as previsões, afinal a economia não vai contrair 4% em dois anos, mas 6% em três anos. O Governo fracassou no objectivo de redução do défice orçamental. Felizmente, ganhámos um ano. Mas não é uma ajuda da troika a Portugal, é uma ajuda da troika à própria troika, co-responsável por este falhanço. Uma ajuda da troika seria outra coisa: seria baixar a taxa de juro cobrada a Portugal. Se neste momento países como a Alemanha se financiam a taxas próximas de 0%, por que razão nos cobram quase 4%?

Mais um ano para reduzir o défice é também mais um ano de austeridade. E sem mais dinheiro, o que supõe que regressaremos aos mercados em 2013, o que será facilitado pela intervenção do
BCE. Mas "regressar aos mercados" não é um objectivo político nem uma forma de mobilizar um país. São os fins, não os meios, que nos movem.

Sucede que até este objectivo o Governo pode ter estragado. Só
Pedro Passos Coelho parece não ter percebido que, enquanto entoava a Nini, uma crise política eclodia. A nossa imagem externa junto dos mercados, que é uma justa obstinação deste Governo, está assente em três ou quatro estacas - e duas delas são a estabilidade política e a paz social. Sem elas, até os juros sobem. E também aqui o Governo estragou tudo. Tudo.

Os acordos entre partidos da coligação e o PS, e entre o Governo e a
UGT, têm uma valor inestimável. Que o diga Espanha, que os não tem. Mas não só está anunciado um aumento brutal de impostos e de corte de salários públicos e pensões, como se inventou esta aberração a destempo da alteração da taxa social única, que promove uma transferência maciça de riqueza dos trabalhadores para as empresas. Sem precedentes. Nem apoiantes.

Isto não é só mais do mesmo, isto é mal do mesmo. O dinheiro que os portugueses vão perder em 2013 dá para pintar o céu de cinzento. O IRS vai aumentar para toda a gente, através de uma capciosa redução dos escalões e do novo tecto às deduções fiscais; os proprietários pagarão mais IMI pelos imóveis reavaliados, os pensionistas são esmifrados, os funcionários públicos são execrados. É em cima de tudo isto que surge o aumento da TSU para os trabalhadores.

Alternativas? Havia. Ter começado a reduzir as "gorduras" que o Governo anunciou ontem que vai começar a estudar para cortar em 2014 (!). Mesmo uma repetição do imposto extraordinário de IRS que levasse meio subsídio de Natal, tirando menos dinheiro aos trabalhadores e gerando mais receita ao Estado, seria mais aceitável. O aumento da TSU é uma provocação. É ordenhar vacas magras como se fossem leiteiras.

Poucos políticos têm posto os interesses do país à frente dos seus. Desde 2008 que tem sido uma demência.
Teixeira dos Santos aumentou então os funcionários públicos para ganhar as eleições em 2009. Cavaco Silva devia ter obrigado a um Governo de coligação depois dessas eleições. José Sócrates jamais deveria ter negociado o PEC IV sem incluir o PSD. O PSD não devia ter tombado o Governo. E assim se sucedem os erros em que sacrificam o país para não perderem a face, as eleições ou a briga de ocasião. O que vai agora o PS fazer? E Paulo Portas? E o Presidente da República, vai continuar a furtar-se ao papel para que foi eleito?

João Proença foi das poucas pessoas que pôs o interesse do país à frente do seu, quando fez a UGT assinar um acordo para a legislação laboral que, obviamente, lhe custaria a concórdia entre os sindicalistas. Até Proença foi agora traído. Com o erro brutal da TSU, de que até meio PSD e o Banco de Portugal discordam. Sim: erro brutal.

É pouco importante que Passos Coelho não tenha percebido que começou a cair na sexta-feira. É impensável que lance o país numa crise política. É imperdoável que não perceba que matou a esperança a milhares de pessoas. Ontem foi o dia em que muitos portugueses começaram a tomar decisões definitivas para as suas vidas, seja emigrar, vender o que têm, partir para outra. Ou o pior de tudo: desistir.

Foi isto que o Governo estragou. Estragou a crença de que esta austeridade era medonha e ruinosa, mas servia um propósito gregário de que resultaria uma possibilidade pessoal. Não foi a austeridade que nos falhou, foi a política que levou ao corte de salários transferidos para as empresas, foi a política fraca, foi a política cega, foi a política de Passos Coelho, Gaspar e Borges, foi a política que não é política.

Esta guerra não é para perder. Assim ela será perdida. Não há mais sangue para derramar. E onde havia soldados já só estão as espadas.

 
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Muito bem escrito, sem dúvida...

Mas agora, lamento dizê-lo, é TARDE DEMAIS, até para estes assomos de lucidez serôdia!

 EU VI LOGO ISTO TUDO A ACONTECER NO FATÍDICO DIA 23 DE MARÇO DE 2 011, EM QUE MEIO PAÍS INCONSCIENTE, BRUTO, ANALFABETO, CRÉDULO E BOÇAL DERRUBOU E, AINDA POR CIMA, FESTEJOU O DERRUBE DE JOSÉ SÓCRATES!!!

Agora, não tenho pena nenhuma desta gente, desta autêntica canalha, que fodeu o meu País e o Futuro dos meus Filhos. TUDO O QUE LHES ACONTECER É POUCO PARA PAGAREM O QUE NOS FIZERAM!

Desde esse palhação do Cavaco aos patifes dos Mários Crespos e Medinas Carreiras, passando por toda a ESCUMALHA NOJENTA QUE MANIPULA DIÁRIAMENTE UM POVO INTEIRO ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL e o levou a votar, a 5 de Junho de 2011, não a favor de uma Ideologia, de um Governo, de um Partido, de uma qualquer solução para o Portugal, mas APENAS CONTRA O DIABO, na pessoa do Sócrates!

EIS O GRANDE RESULTADÃO DESSA ESTRATÉGIA CRIMINOSA PARA A TOMADA DO PODER, por parte da camarilha direitista, reaccionária, beata e insensívelmente cruel, ao serviço dos FACÍNORAS IMPLACÁVEIS da Banca nacional e internacional!
 
Sinto muito, mas não vou ter misericórdia nenhuma para com os autores desta verdadeira traição nacional. E os traidores à Pátria, hoje como sempre, merecem apenas um destino: a morte!

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

REPOR EM 2013 A CONSTITUCIONALIDADE DO ORÇAMENTO DO ESTADO


        Do impagável Paulo Portas, dito anteontem no Funchal: “Temos de saber e entender que, se o problema de Portugal é o défice do Estado, não é justo pretender que o sector privado tenha a mesma responsabilidade de ajudar (…) e temos que ter a noção de que, quando comparamos os salários e pensões nos sectores privado e público, no privado a média dos salários é mais baixa, o desemprego é maior, a estabilidade do emprego é diferente”. E para disparates, basta.


       Deixando aqui de parte a aleivosia crassa da suposta "comparação" entre os sectores público e privado, em termos laborais - que não passa de propaganda barata e que agora não vem de todo ao caso -, vamos ensinar ao famoso paulinho das feiras algumas banalidades:


           1ª - Os Funcionários Públicos NÃO SÃO o Estado, nem "do Estado"! São acima de tudo TRABALHADORES por conta de outrém, como quaisquer outros, e Cidadãos com exactamente os mesmos direitos dos restantes! Esta cantilena de que, por o problema ser "o défice do Estado" (o que aliás não passa de um grosseiro simplorismo), quem o deve resolver são os que trabalham para esse "Patrão" é não só totalmente ABSURDA, como mesquinha e até PERIGOSA! Ou defenderá Paulo Portas que, sendo o Estado corporizado por quem para ele trabalha, só os Funcionários Públicos tenham, por exemplo, acesso aos seus Serviços? Ou que tomem, no limite, o Estado nas suas mãos? É que isto e muito mais decorre naturalíssimamente do seu pressuposto idiota;

              2ª - O roubo descarado aos Funcionários Públicos e Pensionistas é não só criticável por isso mesmo, por ser um roubo - que ainda é considerado em Portugal um CRIME! -, mas igualmente por ser um roubo selectivo, ou seja, por se dirigir a um grupo definido de pessoas APENAS por terem um determinado Patrão - isto é, para além de ser um crime, configura também uma medida INCONSTITUCIONAL! E que mais grave pode haver em Política do que violar a Lei Fundamental?

                    3ª - O mais chocante de tudo é mesmo o crime cometido contra os Pensionistas e os Reformados, uma vez que os Funcionários Públicos no activo, afinal de contas, ainda têm de merecer diáriamente o seu salário, ou seja, recebem-no em troca do seu esforço, capacidades e tempo, ao passo que estes nem isso, o que recebem É-LHES JÁ DEVIDO POR DIREITO, SEM NECESSIDADE DE PROVAREM NADA (excepto que continuam bem vivos!) NEM DE DAREM NADA EM TROCA, ou seja, é um crime de CONFISCO DE BENS ainda mais repugnante do que o confisco dos Salários!!

           4ª - Não basta lutar para que seja reposta, com urgência, a CONSTITUCIONALIDADE VIOLADA, é necessário ir mais além e REPOR TOTALMENTE A LEGALIDADE! Como já aqui foi afirmado, o Estado NÃO PODE TRATAR OS SEUS CREDORES DE UMA FORMA DIFERENCIADA - mas convenhamos que este é o outro plano do problema, muitíssimo mais vasto e que envolve as relações do Estado não só com os Trabalhadores e os Cidadãos, mas com Empresas, Bancos e Instituições internacionais...


Neste plano básico, o das relações do Estado com os meros Trabalhadores Individuais, Reformados e Pensionistas, aquilo que o atual Governo fez não pode ter perdão e só há uma maneira de reparar os DANOS CAUSADOS: devolvendo a todos o dinheiro roubado, ou então, como sugere o Tribunal Constitucional - e já que isto pode, de facto, ser agora irreversível -, QUE SE PRODUZA JÁ NO PRÓXIMO O. E. PARA 2 013 UMA MEDIDA SIMÉTRICA E QUE ABRANJA APENAS TODOS AQUELES QUE FORAM POUPADOS AO CRIME E À INCONSTITUCIONALIDADE EM 2012, eliminando assim, já no próximo ano, os cortes de Salários e de Subsídios aos Funcionários Públicos, Reformados e Pensionistas!

         Na prática, isto implica introduzir um Imposto Extraordinário sobre todos os Trabalhadores por Conta de Outrém ao serviço de entidades privadas (incluindo a Banca privada e o Banco de Portugal, sim, mais os Assessores Ministeriais, evidentemente!), a vigorar em 2013, que incida sobre os vencimentos ACIMA DOS 600 EUROS e vá crescendo, proporcionalmente, até atingir o valor de um salário (13º mês) perto dos 850 euros e dois salários (13º e 14º meses) a partir dos 1100 euros! Pois não foi exactamente isto que impuseram a uns e não a outros em 2012?
             Faça-se então o mesmo aos outros e não aos uns em 2013 e assim FICAREMOS TODOS QUITES, até com o Passos e o Gaspar (pelo menos até ver...)!

                E poderá enfim ser cumprido, na sua forma mais nobre e mais pura, o histórico Acórdão do Tribunal Constitucional! Para todos os efeitos, a Nação ficará em paz e tenderá até a esquecer, ou pelo menos a perdoar, o crime.

     Tenha agora alguém a coragem de assumir esta medida e a sageza de a saber explicar, bem como à sua eminente moralidade e justiça, a todo o Povo português honrado e sério.


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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Alemães: levantem-se os réus?

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Fala-se muito da Alemanha como a principal co-responsável pela presente crise da Zona Euro, sobretudo por não ter sabido antecipar respostas adequadas a uma situação que será "sistémica" e não apenas resultante do mau comportamento político, ou económico, dos Países mais pobres do Sul, apontados (numa narrativa simétrica) como incumpridores crónicos e reincidentes dos seus deveres perante a União.


Creio, contudo, serem ambas estas "explicações" demasiado simplistas, se não mesmo ilusórias, não me parecendo, no caso da primeira (que abordo neste texto), que se possa apontar Ângela Merkel, ou a Alemanha, como os principais “culpados”, ainda que passivos, da presente crise, tanto quanto me parece igualmente inútil apontar a Grécia, ou os PIIGS em geral, como os seus "culpados" activos.


        Mas aquilo que julgo ser o mais incorrecto de toda esta narrativa mediática e política, da qual eu discordo profundamente, é o facto de se associar, inútil e maldosamente, esta "sentença de culpa" da Alemanha ao seu passado histórico do Séc. XX, em que de facto provocou enorme instabilidade política e militar na Europa e causou mesmo duas das Guerras mais mortíferas e destruidoras de toda a História, associação mental que, porém, considero não só um evidente exagero, como uma verdadeira mistificação da realidade atual.


        Choca-me por isso bastante que, cada vez mais audívelmente, se continue a persistir no erro histórico (crasso, quanto a mim) de pretender ressuscitar realidades pretéritas que, simplesmente, já não existem, para supostamente "explicar" fenómenos da atualidade. Assemelhar a República Federal da Alemanha dos nossos dias às Alemanhas imperiais passadas, nucleadas pela Prússia, é um raciocínio simplista e equivocado, que não conduz a lado algum. A Prússia, entidade política e militar que conferia o carácter bélico e autocrático às Alemanhas imperialistas, foi efectivamente varrida do mapa europeu em 1945, com a derrota de Hitler e do nazismo. Não existem já nem o seu pequeno Território (desgermanizado por vários Países eslavos e bálticos), nem o seu obscuro Povo (que parece nunca ter chegado a saír de um certo feudalismo latifundiário, dominado pelos famosos "Junker"), nem o seu temível Exército (dissolvido no embate fatal com o Exército Vermelho). Resta apenas a memória histórica, do tal "Exército que possuía um Estado", e mesmo assim uma memória já bastante ténue, por motivo do extermínio e do êxodo que as duas guerras (e também a posterior ocupação soviética) provocaram. O desaparecimento da Prússia é um fenómeno de uma radicalidade sem paralelo na História europeia recente e nem sequer houve um “aproveitamento” dos seus "restos mortais" no regime da Alemanha Oriental, como alguns hoje, algo demagógicamente, pretendem ou insinuam: a Prússia como entidade política e geográfica terminou, cessou, findou, acabou para sempre!

           Convém por isso ter devidamente em conta que a Alemanha de hoje (que é já também a das últimas seis décadas) é, sem qualquer sombra de dúvida, um País completamente diferente das Alemanhas imperiais do seu Passado! Isto quer aos níveis político e geográfico, quer sobretudo ao nível social e cultural. É mesmo, se quisermos, um dos Países mais socialistas, no verdadeiro sentido deste termo, de toda a Europa atual! Nem mesmo um Governo conservador consegue modificar essa caractérística intrínseca da Alemanha atual (bem ao contrário de Portugal, aliás, onde nem um Governo progressista, ou até revolucionário, consegue alterar o cariz eminentemente conservador e retrógrado deste País e deste Povo...).


            Por isso, cautela quando se simplifica e se vê o Mundo a preto e branco. Está-se a querer criar uma nova mitologia pseudo-esquerdista, que associa os males da Europa à Alemanha só pelo seu Passado histórico recente (ou parte dele) e pelas cores do seu Governo atual, fazendo-se tábua rasa de tudo quanto a Alemanha contribuíu quer para a construção e a integração europeias, quer para a consolidação da Democracia na Europa e no Mundo, quer até para a prosperidade dos Povos europeus, em todos os domínios e mais alguns, desde a criação de condições dignas e humanas para os seus Imigrantes (milhares dos quais portugueses, que aliás nunca se queixaram de descriminações), até à disponibilização de avultadas somas para “pagar” o festim da integração europeia dos mais débeis.


                    A Alemanha, enquanto País e sobretudo enquanto Estado, eminentemente pacifista, democrático e social, deve ser colocada é no centro das soluções para a crise europeia, nunca no fulcro dos seus atuais e graves problemas…


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sexta-feira, 4 de maio de 2012

A "unidade" impossível da "Esquerda" portuguesa

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     Ao contrário daquilo em que ainda acredita o Prof. Dr. André Freire, eminente "cientista social e político", a "Esquerda" portuguesa é coisa que não existe. Se calhar, nem nunca existiu... Sintoma claro disso é que até já um famoso "blogueiro" do ideológico «5 Dias» foi contratado, com sucesso, para integrar o "bunker" do Relvas (assim como, por exemplo, os ex-combativos "sindicaleiros da educassão" estarão agora discretamente amancebados em algum local, muito "próximo do Crato"...).


      Em consequência, parece-me que continuar a perspectivar cenários grandiosos de "unidade da Esquerda", tipo "frente popular", com uma grande "abrangência social" e aglutinando, programáticamente, sectores político-
-ideológicos inconciliáveis, como são o PS e os Partidos ditos à sua Esquerda, não passa de uma ilusão pueril, que embala os sonhos angélicos de alguns "académicos sociais", instalados em idílicas torres de marfim, algures lá muito acima das nuvens...


       Isto porque a estratégia dos aparelhos e das cúpulas do PCP e do BE, está mais que visto, não passará nunca pela unidade com aqueles que defendem, convicta e consequentemente, a Democracia e o Estado Social!



           Passa antes por um férreo "Pacto de Não Agressão" (do tipo Ribbentrop-Molotov...), numa autêntica "cooperação estratégica" (esta sim) com a Direita, para tentar destruír de vez o PS, primeiro, e a seguir então o... Capitalismo (sim, sim, é uma boa anedota, esta extrema-"esquerda" que temos...)!

     E se necessário fosse, a prova da impossibilidade de uma tal ocorrência em Portugal (como parece que também na Grécia...), está no insucesso clamoroso dessa "malformação congénita" grotesca em que, políticamente, redundou a equivocada candidatura de Manuel Alegre à Presidência, "apoiada" em simultâneo pelo PS e pelo BE! E se foi assim numa candidatura uni-pessoal, imagine-se um dia num Executivo, com vários Ministros do PS a conviverem com outros do BE e do PCP...


      Quanto à evolução da situação política atual, ao contrário do que vaticina muito "paineleiro" televisivo, parece-me que, mais do que provávelmente, serão os próprios votantes do PSD que, um dia, acabarão por explodir na tromba do atual "governo"! Só não se sabe ainda bem é o quando e o como...

       Mas que tudo terá forçosamente que passar pela renúncia de Cavaco, fomentador-mor do bloqueio partidário em que nos encontramos, e sobretudo por um Governo de Salvação Nacional, liderado talvez por alguém como Rui Rio, com base na A. R. atual, integrando os três Partidos (ou pelo menos os dois maiores) que subscreveram o "Memorando de Entendimento" e que dure, de preferência, até ao final do período de assistência internacional - tenha lá ele a duração que tiver... -, sobre isso já não tenho grandes dúvidas.

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segunda-feira, 19 de março de 2012

230 MILHÕES DE EURICOS QUE A CIDADE DE LISBOA VAI PERDER INGLÓRIAMENTE...

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   ... se esta notícia tiver fundamento:


   http://publico.pt/1538306


   E TUDO PORQUÊ?


Porque a demagogia eleitoralista e a sanha anti-PS (e anti-Governo de José Sócrates) se sobrepuseram ao bom senso e, à boleia de umas baboseiras pseudo-ambientalistas - contra a criação de mais "barreiras entre a Cidade e o Rio" -, se transformou, com espalhafato mediático, num cavalo-de-batalha eleitoral algo que nunca deveria ter passado de uma questão estratégica de desenvolvimento regional! E agora vão 230 milhões de euros de OBRAS EM LISBOA pelo cano abaixo! Já para não mencionar a indemnização que o Estado pode ter que pagar à «Mota-Engil», de acordo com o que se lê na notícia referida!...


Note-se que, entre outras importantes obras de adaptação da Zona Portuária ocidental de Lisboa, estes 230 milhões de euros seriam destinados, tanto quanto julgo saber, à concretização de duas infra-estruturas fulcrais e já URGENTES HÁ MAIS DE DEZ ANOS (é Portugal no seu "melhor"!), nomeadamente:
       1ª) O DESNIVELAMENTO DA LINHA DE CASCAIS COM A AV. DA ÍNDIA EM ALCÂNTARA - crucial para potenciar uma significativa melhoria do serviço nesta Linha sub-urbana e TURÍSTICA, mediante a sua requalificação e a consequente possibilidade de se poderem estabelecer LIGAÇÕES FERROVIÁRIAS DIRETAS ENTRE CASCAIS E ENTRECAMPOS!


      2ª)   O prolongamento da Av. de Brasília até à Cruz Quebrada, ligando diretamente a zona portuária à CRIL e à CREL, tornando o PORTO DE LISBOA MUITO MAIS COMPETITIVO!


        Mas quem é que está preocupado, nos tempos de "colossal fartura" que atravessamos, com a competividade internacional do Porto de Lisboa, ou com o desenvolvimento turístico da Região de Lisboa (Turismo? O que é isso?...), quando o que está em causa é a magna questão "ambiental" da expansão da área de armazenamento de contentores, coisa "muito feia" - numa zona aliás onde ninguém, na prática, "disfruta o Tejo"?...


     Adenda:

Um dia virá uma geração, MAIS LÚCIDA E CORAJOSA, que mandará esta decisão e estes arquitontos e ambientalistas todos à merda, mas para a nossa, será tarde de mais...


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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012