Portugal, após a inqualificável comunicação ao País do futuro ex-alegado "1º-menistro" Passos Coelho, está no auge de um ataque de riso e à beira de um ataque de nervos.
Todos nós, que pugnamos pela decência e a probidade na vida pública, vemo-nos cada vez mais perante dois impulsos, ou duas pulsões, que na prática são dois ímpetos: um mais violento, o de exigir JUSTIÇA e a REPOSIÇÃO DA NORMALIDADE CONSTITUCIONAL INTERROMPIDA MALIGNAMENTE no dia em que o XIX tomou posse (ou até antes, no dia em que o pobre reformado inquilino de Belém fez o seu discurso de tomada de posse); o segundo, mais ponderado, o de tentar encontrar a melhor solução para evitar o DESASTRE IMINENTE em que esta realíssima corja de facínoras ameaça deixar o nosso País.
Penso que grande parte de nós está suspensa destas duas ânsias, mas sabe muito bem que a satisfação plena de cada uma delas pode prejudicar, ou até impedir, a satisfação da outra! O que, contudo, não nos deve tolher a acção, apesar das doses maciças de soporíferos que nos são servidas a cada momento nos meios de condicionamento de massas (MCM), também conhecidos por "mass media".
É mais do que justo que se assaquem as pesadas responsabilidades por esta crise de opereta aos seus principais causadores, a saber: Cavaco Silva (e os seus porta-vozes directos e assessores avulsos), Passos Coelho (e os seus mentores), Vítor Gaspar (e os seus seguidores), Paulo Portas (e os seus correligionários), os Banqueiros e outros beneficiários directos nacionais desta "economia de casino" fomentada pela "tróica" - gabinetes de consultoria, grandes empresários mafiosos, arregimentados e enquadrados pelo Dr. Miguel Relvas, gestores públicos e reguladores económicos vários - e ainda, nunca o esqueçamos, a TODA A COMUNICAÇÃO SOCIAL PARASITADA por esta canalha e seus sequazes e empastelada pela sua narrativa falsa e manipuladora.
É mais que justo que se apontem a dedo, a esta pandilha, todas as suas malfeitorias, incompetências, irresponsabilidades, crimes, mentiras e outras imoralidades, que destruíram o tecido económico e social de um País frágil e pobre e minaram a confiança, a crença e a Esperança de um pobre Povo estóico, dócil e crédulo.
Todavia, ao mesmo tempo, é mister encontrarmos, URGENTEMENTE, uma solução política para esta MEGA-CRISE e pôr em prática medidas sociais e económicas EFICAZES para enfrentar as dificuldades que, no atual contexto europeu e mundial, vamos mesmo ter de enfrentar nos próximos meses, pelo menos.
Por isso, exige-se alguma moderação neste ímpeto justiceiro e reparador, que todos devemos estar à altura de demonstrar. Provando assim que a massa de que somos feitos não é a mesma que enforma esta "gente séria" que nos desgraçou, sem qualquer respeito por valores nobres como Decência, Patriotismo e Coesão nacional.
Neste momento delicadíssimo, em que a História parece regredir de novo a 24 de Novembro de 1975, mas NUM AZIMUTE OPOSTO, em termos políticos e diplomáticos, temos de saber refrear a nossa sede de vingança (há-de haver tempo para a servir bem gelada) e concentrarmo-nos na busca de soluções viáveis e RÁPIDAS para a presente crise.
Em consequência, advogo que sejamos poupados ao calvário de uma nova ida às urnas, quando podemos forjar ainda na Assembleia da República uma solução de verdadeira Salvação Nacional.
Marimbemo-nos de vez para o atual "prezidento", que já se assumiu como mero "verbo-de-encher" do sistema (a seu tempo lhe trataremos da saúde), ignoremos a quadrilha do Passos e a vaidade (e total vacuidade) do Seguro e, convictamente, FORCEMOS o PSD, o PS e o CDS a encontrarem, no seu seio, os seus MELHORES E MAIS PATRIÓTICOS para assumirem neste momento a governação pelos próximos dois anos, no máximo. Cumpra-se até ao fim esta maldita Legislatura de maculada conceição, que nunca deveria ter existido, mas DEVOLVA-SE A DIGNIDADE A PORTUGAL!
Mesmo sem José Sócrates (que, contudo, poderia muito bem substituir Portas nos Estrangeiros...) - e forçosamente SEM GASPAR, NEM PORTAS, NEM PASSOS COELHO! -, parece-me possível encontrar em Rui Rio um bom 1º-Ministro, em Paulo Macedo, ou mesmo Bagão Félix, um razoável Ministro das Finanças, em Pedro Nuno Santos um potencial bom Ministro da Economia, em Maria João Rodrigues uma boa Ministra da Educação, em Ant.º Pires de Lima um eventual Ministro da Agricultura cumpridor, em João Galamba um óptimo Secretário de Estado do Orçamento e em Teixeira dos Santos um excelente Governador do Banco de Portugal. E para Governo, basta! Quase nem seria preciso mais estrutura...
O resto viria, seguramente, da confiança, do trabalho, da criatividade e, sobretudo, da pacificação da Sociedade portuguesa e até do ENTUSIASMO de todos nós! E da nossa reconciliação com o sistema político e com a cidadania. Tal como sucedeu, de uma forma espontânea e natural, a 26 de Novembro de 75.
Quanto ao PCP e ao Bloco, pois que continuem a tentar, porque em 2015 haverá novas Legislativas...