quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Magriços e cachimbos que não são de paz.

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A propósito deste texto, redigi o seguinte comentário (entretanto já "moderado"):


«Lamento, mas não atinjo.

Incapacidade minha, decerto. Mas lobrigar "patriotismo" em V. Gaspar - assim a modos como descortinar "coragem" num soldado que, confortavelmente sentado no seu tanque, massacre civis "armados" com pedras - é-me ainda mais difícil, quero dizer impossível, do que imaginar Cavaco Silva coerente, Pacheco Pereira campeão de Xadrez, ou Anatoly Karpov historiador emérito.

Temos, seguramente, noções de patriotismo radicalmente opostas.

Ou, então, a Pátria do Ministro Vítor Gaspar já não coincide com a minha!»


Mas podia dizer mais sobre o suposto patriotismo deste Governo, que benevolamente comparo a um diligente bombeiro que pretende consertar a fuga no depósito cheio de combustível com... um maçarico oxi-acetilénico! Ou um nadador-salvador que pretende salvar o náufrago virando-lhe as costas e correndo para uma cabine telefónica a chamar o 112. Ou um Médico que diz que vai salvar o doente amputando-lhe... o crânio.

Benévolo, sim, e bastante...

Mas a paciência conta-se entre os recursos esgotáveis do nosso Planeta.

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O douto Constitucionalista Gomes Canotilho...



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... parece que profere hoje a sua última lição na vetusta Universidade de Coimbra e, muito simbólicamente, aproveitou este dia especial para logo de manhã cedo manifestar ao Mundo, através das ondas hertzianas de uma Rádio pública, a inutilidade da sua carreira de Docente, quiçá da sua própria "Profissão", proclamando alto e bom som que a Constituição da República, enfim, é assim uma coisita que, embora até sirva bem como matéria de estudo para Académicos e tal, justificando mesmo algumas Disciplinas, no plano de estudos de certos Cursos (supostamente) Superiores, assim como a necessidade de Professores Catedráticos para as ensinar, salas de aula, etc., e até possa ter a sua graça para, de quando em vez, animar debates retóricos nas televisões, ou na própria A. R., e campanhas eleitorais e afins, afinal é no fundo algo que, sempre que surjam acontecimentos realmente importantes no País, não é para levar mínimamente a sério!


É verdade...


E disse esta enormidade com uma displicência própria de quem já nem a si próprio se respeita, argumentando leviana e compungidamente que, tal como esta agora revelada insignificância material intrínseca da Constituição, muitas outras coisas, afinal, são assim como são já "desde os tempos da Antiguidade" (sic) - qualidade pelos vistos agora erigida a caução de tudo aquilo que a nossa própria capacidade de adaptação à realidade já não logre poder explicar.

Muito simples...

Naturalmente que só agora, perante esta "difícil situação em que o País se encontra", o egrégio pedagogo terá enfim descoberto que, desde os tempos remotos, porém exemplares, da "Antiguidade" - qualidade a partir de agora indiscutível, que tudo legitimará! -, as Constituições (e quem sabe se a própria Lei, de um modo geral!) têm sempre de se vergar, respeitosamente, às imperiosas necessidades de "força maior", pois claro, argumenta ele - e decerto o faz de forma originalíssima -, como são, por exemplo, a "saúde pública" e também, óbviamente, as "crises orçamentais".

Ora, bem!

Pois, esperamos agora, que certamente irá dispor de mais algum tempo livre - apesar da feroz concorrência que desde já se antevê, entre as mais prestigiadas Universidades estrangeiras, para o disputarem nesta nova disciplina académica do estudo da "legitimidade pela Antiguidade" -, que o douto Constitucionalista e futuro ex-Prof. Gomes Canotilho persevere, nesta sua imparável descoberta e divulgação de todas aquelas características humanas e sobretudo sociais que, aparentemente, só agora iremos começar a perceber quão semelhantes se mantêm, afinal, àquilo que eram já na tal "Antiguidade"!... Serão necessários exemplos práticos, ou ficamo-nos prudentemente pela abstracção teórica?

Seja lá como for, é seguramente todo um Mundo "novo" que, com revelações deste calibre, se nos abre para o nosso FUTURO colectivo. Viva, pois, a Antiguidade e a sua Sabedoria!

Salvé, maravilha!...

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011