segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

As banais declarações de José Sócrates fora da piolheira.

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Excelente texto, Penélope. Obrigado!

Quanto à essência das já antológicas declarações - e descontando a notória falta de crédito (também para ir comprar o “Rennie”...) de certos estúpidos que vão para as caixas de comentários demonstrar a sua fraca sapiência e nula inteligência -, digam-se duas coisas elementares e passe-se à discussão, com argumentos de gente:

1ª) Não foi José Sócrates que “criou” a dívida portuguesa, ela é já muito antiga e vem sendo sucessivamente aumentada por TODOS os Governos Constitucionais (já para não falar nos Provisórios...)! Muito pelo contrário, até: o seu primeiro Executivo foi dos pouquíssimos Governos portugueses (a par do primeiro de Cavaco Silva) que logrou reduzir a dívida, em percentagem do PIB nacional (como é óbvio), até 2008, antes portanto do estouro internacional, ou seja, em condições normais de governação, conforme se pode ver por este Artigo insuspeito;

2ª) A “dívida externa” não é nenhuma particularidade portuguesa, nem sequer uma novidade dos nossos tempos (desde que me conheço que ouço falar nessa momentosa questão do défice estrutural dos E. U. A. – para descanso dos acéfalos lusitanos, espero que o resolvam depressinha e nos deixem descansar em paz a todos, ámen).

Então, afinal, o que foi que disse José Sócrates que mereça assim tanta dor-de-cotovelo e exibição de arrogância estéril por parte da lusa comentatice? Pois apenas a coisa mais banal deste Mundo: não há Estados sem dívidas! E como os Estados, por definição, não “morrem”, as suas dívidas naturalmente não são apenas para pagar, são sobretudo para gerir! Até só o que se aprende nas singelas cadeiras de Economia dos Cursos de Engenharia chega para qualquer mortal com dois dedos de testa apreender esta evidência.

Assim, se ele há coisas que mereçam crítica, nesta autêntica banalidade trivial proferida pelo nosso ex-Primeiro-Ministro, são apenas estas:
a) Portugal não se pode de todo comparar a Espanha (que não é nada um País “pequeno” à escala europeia, pelo menos quando comparado connosco), nem o que ele disse se aplica apenas aos “pequenos” Países;
b) Se as dívidas de qualquer Estado são sobretudo para “gerir” e não sómente para pagar, haveria que questioná-lo, então, era sobre se, enquanto Primeiro-Ministro, geriu bem a nossa, ou não (descansem, que não vos vou maçar aqui com a minha modesta opinião sobre o tema...)!

E só mais duas pequenas notas à margem:

i) o gozo que dá imaginar os excelsos “Economistas” da nossa praceta a roerem-se de inveja – com o esverdeado Louçã à cabeça (sim, não estou a falar de nenhum pintelhoso!) -, por não possuírem o talento de falar sobre estes assuntos com a clareza, a frontalidade e a EFICÁCIA COMUNICATIVA de José Sócrates;
ii) a falta que faz o exercício “académico” – que deveria ser feito, pelos pintelhosos, cem vezes por dia, no quadro dos cábulas! – de imaginar o que seria PORTUGAL HOJE sem dívidas: uma vara de porcos, ranhosos, analfabetos e com os pés descalços a guardar cabras na Serra da Gardunha! Ou mesmo o que seriam hoje, sem quaisquer dívidas, Estados como a Alemanha, o Reino Unido, a França, a Itália e até a Suécia, como igualmente a Madeira, as Autarquias portuguesas, o Aeroporto de Lisboa, o Metro do Porto, os autocarros da CARRIS, o Parque das Nações, o “Tagusparque”, a Casa da Música, os famosos Estádios do Euro, a Ponte Vasco da Gama, a CRIL e a CREL – ou mesmo eu e tu, que me leste até ao fim (obrigado…)!
Era lindo, não era?...

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